Sabe o tal do “Netflix de revistas/jornais” da Apple, que as editoras — aparentemente — não estão muito animadas? Pois a empresa planeja lançar o serviço no dia 25 de março (uma segunda-feira), segundo informou o BuzFeed News.
Fontes do jornalista John Paczkowski (que tem uma relação muito próxima da Apple) informaram que o evento será basicamente focado no serviço de assinatura de notícias e que é muito improvável vermos lançamentos como novos AirPods, AirPower ou iPads — como foi especulado.
Ainda de acordo com Paczkowski, suas fontes se recusaram a comentar algo sobre o vindouro serviço de streaming de vídeos, o qual tem tudo para ser lançado em 2019 — e poderia muito bem estar nesse mesmo evento levando em conta que rumores apontaram para a sua chegada em abril.
Negociações com editores
Segundo o Wall Street Journal informou1, muitos editores estão resistindo a ideia por conta da divisão de receitas proposta pela Apple, que ficaria com 50% do valor arrecadado; os outros 50% seria divido entre todos os editores “de acordo com a quantidade de tempo que os usuários ficam envolvidos em os artigos”. Para completar, a Apple não quer fornecer informações de cartão de crédito ou endereços de email aos editores — algo muito utilizado por eles para criar bancos de dados e tentar comercializar seus produtos.
Jornais como The New York Times e Washington Post, por exemplo, ainda não entraram em acordo com a Apple por conta desses impasses; o próprio WSJ também não entrou, mas as conversas com a Apple foram descritas como “produtivas”.
Da forma que funciona hoje, o Apple News (que está disponível apenas na Austrália, nos Estados Unidos e no Reino Unido) já trabalha com assinaturas, com editores mantendo 70% da receita gerada e a Apple ficando com 30% — isso no primeiro ano; a partir do 13º mês, a fatia da Maçã cai para 15%, nos mesmos moldes da App Store. Muito provavelmente por isso, a decisão da empresa de ficar com 50% da receita gerada nesse novo serviço deve ter frustrado bastante os planos de editores e produtores de conteúdo.
Sem falar que muitos já oferecem assinaturas próprias nos seus respectivos sites por US$10 (valor que tem tudo para ser o cobrar pela Apple no seu serviço) ou até US$15; ao participar de um projeto como esse no qual a receita é dividida com outros veículos (de acordo com o tempo que o usuário passa lendo as matérias), a escala precisa ser enorme para realmente valer a pena — financeiramente falando, é claro, deixando de lado todos os outros aspectos como, por exemplo, a vitrine que um serviço da Maçã pode se tornar.
Dia 25 de março mesmo?
Há uma pequena chance de o evento mudar de data justamente por conta dessas negociações com as editoras e publicações. As fontes de Paczkowski disseram que alguns executivos estão realmente pu*** chateados. E, se a Maçã não conseguir fechar com grandes publicações, não faz sentido anunciar — a não ser que ela utilize o lançamento justamente para colocar pressão nesses veículos (uma estratégia que a empresa parece já ter usado no passado).
Veremos o que vem por aí!