Há cerca de dois anos, a Mozilla apresentou o Firefox Quantum, uma nova “encarnação” do seu navegador destinada a devolver a ele a velocidade de outrora e fazê-lo competir novamente com o Google Chrome. A empreitada foi um relativo sucesso e as versões subsequentes do browser conseguiram segurar a barra, com uma performance bastante satisfatória.
Só que a mudança trouxe um problema: consumo energético. Desde o lançamento da versão Quantum, o Firefox começou a exigir muito mais da bateria dos computadores, especialmente no macOS. Que bom, então, que a equipe de desenvolvimento do navegador está ciente disso e parece ter decifrado o enigma para torná-lo mais amigável, energeticamente falando, sem abrir mão da performance.
As boas novas estão no Firefox Nightly, a versão de testes (alfa) do navegador que é atualizada todas as noites e pode ser baixada por qualquer usuário. O último update do software traz melhorias significativas na energia utilizada para carregar páginas e, portanto, na exigência que o navegador faz da bateria dos dispositivos portáteis. A melhoria é quantificável: segundo o desenvolvedor Henrik Skupin, por conta dela futuras versões do Firefox poderão consumir até 3x menos energia.
O responsável por toda essa mudança da água para o vinho tem nome: Core Animation. O framework da Apple passou a ser responsável por renderizar as páginas da web na nova versão de testes do Firefox, otimizando significativamente o consumo de energia no processo. Dados compartilhados pela desenvolvedora mostram que, anteriormente, acessar uma página no Firefox gastava entre 21W e 30W de energia, com exigência de mais 10W ou 15W pela GPU. Com o Core Animation, o carregamento de cada página requer entre 7W e 8W, com 0,2W extras para a GPU.
Ainda não se sabe exatamente quando as melhorias chegarão à versão final do Firefox para macOS, mas é possível que já tenhamos boas notícias com a chegada da versão 70 do navegador, que deverá ser lançada nas próximas semanas. Enquanto isso…
Firefox 69
…a Mozilla lançou hoje a versão 69 do Firefox para macOS — ainda sem as profundas melhorias energéticas, mas com algumas novidades interessantes. Para começar, é aqui que começa a valer, de fato, a nova política do navegador de bloquear trackers de anunciantes por padrão.
Como explicamos nesse post, o bloqueio antes era restrito à navegação privada, mas agora está se expandindo para toda a experiência do browser — mesmo para usuários já veteranos. Quando o Enhanced Tracking Protection (ETP, nome dado ao recurso) estiver ativo, o usuário verá um escudo roxo na barra de endereços; por padrão, o modo “básico” estará ativo, mas é possível ativar um modo “estrito” de proteção que bloqueia também técnicas de fingerprinting. Você também pode, caso queira, desabilitar o recurso como um todo.
O Firefox 69 traz também mais um passo em direção à morte do Adobe Flash, que quase ninguém sabia que ainda está vivo. Agora, o usuário deverá habilitar o uso do plugin manualmente a cada vez que visitar um site que o utilize — não mais haverá uma lista de sites permitidos que carreguem a anciã tecnologia automaticamente.
Em outras novidades, o bloqueador de autoplay funciona também, agora, com vídeos sem som. E a Mozilla afirma que, em Macs com múltiplas placas gráficas (como os MacBooks Pro de 15″), o navegador utilizará por padrão a GPU de menor consumo energético, economizando bateria. Ah, por fim, o Finder pode exibir, agora, o progresso dos downloads que estão sendo feitos no browser.
O Firefox 69 já pode ser obtido no site da Mozilla ou simplesmente reiniciando oi seu navegador.
via ZDNet