Após muita pressão (e até investigações), a Apple informou aos seus funcionários que eles têm o direito de discutir salários e condições de trabalho tanto interna quanto externamente.
A equipe da empresa foi informada de seus direitos (assegurados por leis americanas, vale notar) em um memorando publicado internamente no site da Apple, segundo a NBC News. O comunicado marca uma mudança notável na política da empresa que, nos últimos meses, tentou se distanciar do assunto.
Nossas políticas não impedem que funcionários falem livremente sobre seus salários, horários ou condições de trabalho. Encorajamos qualquer funcionário com preocupações a levantá-las da maneira que se sentir mais confortável, interna ou externamente, incluindo por meio de seu gerente, qualquer gerente da Apple, suporte ao pessoal, parceiro de negócios do pessoal ou conduta empresarial.
Em setembro passado, o próprio CEO1 da Apple, Tim Cook, e a chefe de varejo/pessoas, Deirdre O’Brien, abordaram questões em torno das condições de trabalho na Apple, dizendo que a abordagem da companhia é “a melhor da classe”. O’Brien também pediu aos funcionários que entrassem em contato com gerentes ou com os recursos humanos sobre questões salariais e do ambiente de trabalho.
Como dissemos, o comunicado chega num momento em que a Apple enfrenta uma pressão cada vez maior sobre suas políticas internas. Cher Scarlett e Janneke Parrish, agora ex-funcionárias da companhia, ajudaram a formar o chamado movimento #AppleToo
, o qual reunia relatos sobre racismo, sexismo e desigualdade salarial dentro da Apple.
Como informamos, Parrish foi demitida em outubro por ter excluído arquivos de um telefone comercial durante uma investigação. Scarlett, por sua vez, deixou a Apple e removeu sua queixa contra a empresa (a qual alegava que a companhia retaliou trabalhadores que tentaram discutir seus salários) depois de fechar um acordo.