9 de dezembro de 2022 Apple retira cláusulas que impediam funcionários de falar sobre abusos

Apple retira cláusulas que impediam funcionários de falar sobre abusos

Logo da Apple na lateral de loja em San Francisco

A Apple foi bastante criticada devido às políticas proibitivas contra funcionários que falassem sobre abusos e assédios no ambiente de trabalho. Agora, de acordo com o Financial Times, a empresa resolveu ouvir as críticas e optou por remover todas as “cláusulas de mordaça” — como eram informalmente conhecidas.

A decisão foi resultado de uma luta de acionistas e ativistas, os quais pressionaram o conselho da Apple a modificar sua política e excluir tais casos do contrato de confidencialidade assinado pelos funcionários. Isso aconteceu especialmente após o movimento Apple Together e a descoberta de supostos casos de censura na empresa por um advogado independente.

Já manifestando suas novas diretrizes, a Apple divulgou nesta semana uma nota [PDF] na qual afirma estar comprometida a promover um ambiente de trabalho “seguro, adequado e inclusivo”, ressaltando que agora “os funcionários têm o direito de falar livremente sobre as suas condições de trabalho”.

A empresa ainda afirmou que as restrições que podiam suprimir a capacidade de funcionários de denunciar condutas ilegais dentro da empresa foram encontradas apenas em “instâncias limitadas”, mas se comprometeu a não aplicá-las mais, bem como a fazer melhorias e prestar mais esclarecimentos a partir daqui.

Kristin Hull, ativista e presidente-executiva da Nia Impact Capital (grupo que chegou a encabeçar uma petição contra a Maçã), confirmou a mudança na política da empresa e comemorou a decisão:

Isso é enorme por si só. Então, o fato de esse compromisso se estender aos trabalhadores americanos e internacionais também é inovador e deve definir a tendência para o restante das empresas sediadas nos EUA.

Na época em que apresentou a resolução, a Nia Impact Capital possuía 38.921,34 ações da Apple (cerca de US$6 bilhões, na época).

Certamente todo esse capital insatisfeito (o que inclui o de outras empresas) influenciou os acionistas na hora de pressionar o conselho da Maçã por mudanças.

via 9to5Mac

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