8 de maio de 2024 Comercial do novo iPad Pro polemiza ao “esmagar” instrumentos, livros e mais

Comercial do novo iPad Pro polemiza ao “esmagar” instrumentos, livros e mais

Comercial "Crush", da Apple

Durante o evento especial “Basta imaginar” (“Let loose”) de ontem, um comercial (aparentemente como outro qualquer produzido pela Apple) introduziu os novos iPads Pro. Em “Crush!”, uma máquina gigante simplesmente esmaga uma série de instrumentos e objetos até restar apenas o atual modelo de tablet mais poderoso da Maçã.

Embora possa servir para mostrar o quão fino é o novo aparelho (o modelo de 13 polegadas é o dispositivo de menor espessura já produzido pela empresa), o comercial — que foi compartilhado com entusiasmo pelo CEO 1 Tim Cook em sua conta no X — também trouxe à tona uma outra visão que vem causando certa polêmica nas redes desde o seu lançamento.

Aparentemente, ao mostrar instrumentos musicais, livros, materiais de pintura, obras de artes, câmeras, etc. sendo esmagados, a Apple também quis dizer que todas essas coisas podem ser substituídas por completo pelo seu novo tablet, num momento em que se discute os impactos negativos que o excesso de tecnologia pode trazer à sociedade, temas como a substituição do trabalho humano pela inteligência artificial e afins.

“Quem achou que isso era uma boa ideia?”, questionou o The Hollywood Reporter no título de uma matéria, reproduzindo uma das perguntas mais feitas por internautas sobre o comercial. “O comercial ‘Crush’ da Apple é nojento”, disse o TechCrunch, destacando o contraste entre o anúncio e outras peças publicitárias já produzidas pela Apple, que costumam ser bem recebidas.

O que a Apple está fazendo é destruir essas coisas para convencê-lo de que você não precisa delas — tudo o que você precisa é do pequeno dispositivo da empresa, que pode fazer tudo isso e muito mais, e não há necessidade de coisas irritantes como cordas, teclas, botões, pincéis ou estações de mixagem.

Basicamente, o vídeo foi considerado por muitos (com o ator Hugh Grant) como uma forma de destruição dos meios de produção de arte e cultura tradicionais em detrimento da indústria tecnológica — como se o iPad fosse capaz de fornecer a mesma experiência e resultado que um livro ou uma guitarra para qualquer pessoa.

A destruição da experiência humana. Cortesia do Vale do Silício.

Há na internet muitas comparações com o famoso comercial “1984” da empresa, bem como críticas relacionadas também a temas como a desvalorização do trabalho de artistas e a substituição do físico pelo digital. “Eu esperaria isso de uma empresa de IA, não da Apple”, comentou um internauta.

Alguns veículos de imprensa questionaram uma posição oficial da companhia sobre o comercial, mas não obtiveram retorno até a publicação dessa matéria. Pois enquanto se discute isso, o cineasta Reza Sixo Safai sugeriu como poderia ter sido esse comercial:

Ei @Apple, eu consertei para você (ligue o som)

E vocês, o que acham dessa polêmica toda?


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Telas: 11 ou 13 polegadas
Cores: prateado ou cinza-espacial
Capacidades: 256GB, 512GB, 1TB ou 2TB
Conectividade: Wi-Fi ou Wi-Fi + Cellular

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Notas de rodapé

1    Chief executive officer, ou diretor executivo.

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