Na terça-feira passada, informamos que o ex-engenheiro da Apple Arjuna Siva depôs à corte de San Diego sobre o caso envolvendo a gigante de Cupertino e a Qualcomm. Agora, a advogada da Maçã Juanita Brooks alegou que a companhia tem motivos para acreditar que alguém tentou influenciar o testemunho de Siva, como divulgou a CNET.
Na Apple, Siva trabalhou justamente com a implantação dos modems da Qualcomm nos iPhones, motivo pelo qual foi citado pela Apple como cocriador da tecnologia de uma das patentes discutidas no caso. De acordo com a gigante de Cupertino, o seu ex-funcionário havia inventado a tecnologia e, portanto, deveria ser creditado na patente da fabricante de chips.
A situação mudou quando Siva, que agora trabalha para o Google, contou que muitos elementos da patente em questão (a qual cobre uma tecnologia que permite que o smartphone se conecte rapidamente à internet logo após ser ligado) eram ideias suas, mas que ele não foi o inventor dela — o contrário do que a Apple estava esperando para usar na sua defesa contra a queixa da Qualcomm.
Quanto à acusação de falso testemunho, a fabricante de chips ridicularizou a ação e negou-a. A juíza que está presidindo o caso, Dana Sabraw, determinou que a Apple “não possui provas” para sustentar a acusação; não obstante, a consultora da Maçã sugeriu uma possível relação entre a participação de Siva e a Qualcomm.
Para Brooks, a mudança no testemunho de Siva ocorreu após o novo advogado do engenheiro, Matt Warren, entrar na jogada. Nesse sentido, a Apple disse que Warren “jogou sujo” com a empresa por ter sido sócio da Quinn Emanuel, agência que atualmente representa a Qualcomm. Warren, que também foi intimado a comparecer no tribunal, alegou que foi o Google que providenciou a defesa de Siva.
Após a repercussão (negativa) da acusação de falso testemunho, aparentemente a Maçã deixou a posição de ataque e não deverá prosseguir com essa ação, já que o testemunho de Siva foi “entregue como o esperado”, como explicou Brooks no relatório. Vai entender…
Mudança para Intel “começou tudo”
Durante a apresentação dos argumentos finais da Apple e da Qualcomm na audiência realizada nesta semana em San Diego, a gigante de Cupertino alegou que a batalha judicial não é sobre patentes, e que a verdadeira motivação para a ação é que a fabricante de chips ficou frustrada com a substituição de parte dos seus modems pelos da Intel nos iPhones, a partir de 2016.
Esse caso iniciou quando começamos a usar a Intel como uma segunda fornecedora. A Qualcomm abriu a gaveta, tirou o pó de algumas patentes antigas e jogou-as contra a parede para ver se elas grudariam.
O advogado da Qualcomm, David Nelson, rebateu essa alegação e afirmou que a briga nos tribunais não tem nada a ver com fornecedores, mas sim que a empresa tem o direito de obter o retorno sobre sua propriedade intelectual.
Como explicamos no post anterior, a Qualcomm cobrou da Maçã US$31 milhões em danos por supostamente infringir suas patentes nos iPhones vendidos a partir de julho de 2017 (US$1,20 por iPhone), quando o processo foi aberto. Um júri de oito pessoas decidirá o fim (ou não) desse imbróglio em breve.
via CNET