23 de abril de 2023 Apple e a Lei de Moore: o Legado de Gordon Moore

Apple e a Lei de Moore: o Legado de Gordon Moore

Gordon Moore

No último dia 24 de março, o mundo deu o seu adeus a Gordon Moore. Você pode até não conhecê-lo, mas a menos que esteja totalmente isolado das inovações tecnológicas do mundo, já ouviu falar de um conceito que foi batizado em seu nome: a Lei de Moore.

Gordon Earle Moore nasceu em 1929, no Estados Unidos, e foi cofundador da Intel Corporation. Ele estudou Química e Física na Universidade da Califórnia (em Berkeley) e no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). Em 1956, começou a trabalhar no Shockley Semiconductor Laboratory, mas logo se juntou a Robert Noyce e, juntos, fundaram a Fairchild Semiconductor, em 1957. Em 1968, Moore e Noyce cofundaram a Intel Corporation, que hoje é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo.

Em 1965, Moore publicou um artigo no qual apresentou a sua famosa lei, a qual previa que a densidade de transistores nos circuitos integrados dobraria a cada dois anos. Essa observação tornou-se conhecida como Lei de Moore e tem sido uma previsão notavelmente precisa do progresso da tecnologia de computação nas últimas cinco décadas. Não é exagero dizer que tanto sua lei quanto seu microprocessador moldaram o crescimento dos negócios e a prosperidade do mundo. Quase todas as tecnologias do nosso dia a dia, dos smartphones aos laptops baratos e ao GPS1, são consequência direta da previsão de Moore, bem como avanços de inteligência artificial e outras tantas coisas.

O fim da Lei de Moore foi anunciada muitas vezes. Em 2015, a revista The Economist publicou que seu fim estava próximo. Em 2017, o CEO2 da NVIDIA, Jensen Huang, também apontou no seu fim, indicando que a desaceleração era observável. Mas, em dezembro de 2022, a empresa AMD garantiu o contrário: a lei continua viva, muito viva, só mais difícil de ser seguida pelas empresas.

A Lei de Moore e os produtos Apple

A Apple, como líder no setor de tecnologia, tem sido um excelente exemplo da aplicação da Lei de Moore em seus produtos ao longo dos últimos 15 anos. A evolução do hardware da Apple segue a tendência de aumentar o poder de processamento e diminuir o tamanho dos dispositivos, conforme previsto pela Lei de Moore.

iPhone

O iPhone é um exemplo emblemático da Lei de Moore em ação. Desde o lançamento do primeiro modelo, em 2007, a Apple lançou uma série de gerações com avanços notáveis no desempenho e na capacidade de armazenamento.

O iPhone 3G, lançado em 2008, possuía 8GB de armazenamento e um processador de 412MHz. Comparativamente, o iPhone 13, lançado em 2021, apresenta até 1TB de armazenamento e um processador A15 Bionic, que é significativamente mais rápido e eficiente em termos energéticos do que seus antecessores.

iPad

O iPad também exemplifica a aplicação da Lei de Moore. Desde a introdução do primeiro iPad, em 2010, a Apple continuou a melhorar o desempenho do dispositivo e a reduzir seu tamanho físico.

O iPad original tinha o processador A4 (de 1GHz e 256MB de RAM3), enquanto o iPad Pro lançado em 2021 possui o chip Apple M1 e até 16GB de memória, oferecendo um desempenho muito superior.

MacBook

Os computadores MacBook da Apple demonstram igualmente a influência da Lei de Moore.

O MacBook Pro, por exemplo, foi lançado em 2006 com um processador Intel Core Duo de 1,83GHz e 512MB de RAM. Já o MacBook Pro de 2021 possui o processador M1 Pro ou o M1 Max, com até 10 núcleos de CPU4 e 32 núcleos de GPU5, além de até 64GB de memória.

Esses avanços no desempenho e na eficiência energética dos MacBooks ilustram o impacto da Lei de Moore nos produtos da Apple ao longo dos anos.

Apple Watch

O Apple Watch, lançado em 2015, é outro exemplo notável de como a Lei de Moore tem sido aplicada na linha de produtos da Apple.

O Apple Watch Series 1 tinha o processador S1 de 32 bits, enquanto o Apple Watch Series 7, lançado em 2021, possui um processador S7 de 64 bits, proporcionando melhorias significativas em termos de desempenho e eficiência energética.

Conclusão

A vida e a obra de Gordon Moore, juntamente à sua Lei de Moore, têm sido fundamentais para a evolução da tecnologia da informação e, especificamente, dos produtos da Apple nos últimos 15 anos.

A aplicação prática da Lei de Moore nos produtos da empresa é evidente na melhoria contínua do desempenho e na redução do tamanho físico de seus dispositivos, incluindo o iPhone, o iPad, o MacBook e o Apple Watch.

Embora a Lei de Moore ainda seja relevante, alguns especialistas argumentam que, eventualmente, poderá haver um limite para o avanço tecnológico à medida que nos aproximamos dos limites físicos e materiais dos semicondutores. No entanto, até agora, a Lei de Moore tem sido uma diretriz sólida para prever o progresso da tecnologia e, sem dúvida, desempenhou um papel crucial no desenvolvimento dos produtos da Apple que conhecemos e amamos hoje. 

Fica nosso adeus e gratidão a esse gigante da tecnologia mundial, com um legado que será carregado por muitas eras ainda na humanidade.

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