A Apple sempre manteve uma posição bem firme quando o assunto é bloquear o que ela entende ser conteúdo impróprio na App Store. E, por “conteúdo impróprio”, entenda qualquer aplicativo que promova difamação e/ou discriminação envolvendo religião, raças, orientação sexual, sexo, origem, etnia, etc. Além disso, apps que se propõem a humilhar, intimidar ou colocar um indivíduo ou um certo grupo em perigo — o que é completamente diferente de um conteúdo satírico ou humorístico.
Nesta semana, um app criado pelo Living Hope Ministries, um grupo religioso de Arlington, no Texas (Estados Unidos), foi retirado da loja por prometer o que eles chamam de terapia da conversão (uma relação mais íntima com Jesus com a finalidade de mudar a orientação sexual da pessoa). O app então foi identificado pela organização sem fins lucrativos Truth Wins Out, que fez uma petição para que tal aplicativo fosse devidamente banido da loja.
Ricky Chelette, diretor executivo do Living Hope Ministries, se mostrou insatisfeito com a decisão. “Acho lamentável que o grupo de defesa de direitos não saiba o que fazemos e presuma que somos uma organização de ódio. Nós não somos”, disse ele à NBC News. “Nós amamos indivíduos identificados como gays.”
Ainda segundo Chelette, eles “ajudam pessoas a entender quem são perante Cristo” e que apenas “ajudam aqueles indivíduos que nos procuram”.
Por outro lado, Chelette também disse à NBC News que ele sentia atração por homens nos anos 1980, mas que sua vida mudou graças a uma “experiência com Cristo”. Ele disse: “Tentamos ajudar as pessoas que estão em conflito com sua fé e sentimentos. Fazemos isso há muito tempo.”
O diretor executivo da Truth Wins Out, Wayne Besen, agradeceu à Apple por ter tomado uma atitude:
Agradecemos à Apple por exemplificar a responsabilidade corporativa e tomar medidas rápidas para remover um aplicativo perigoso que estigmatiza e rebaixa as pessoas LGBT. Programas “ex-gay” são uma fraude e causam danos significativos às pessoas que eles pretendem ajudar.
A Apple não se manifestou a respeito da retirada do app da loja — e, convenhamos, nem precisa: o fato de retirá-lo já mostra claramente o posicionamento da empresa.
via Cult of Mac