A Apple foi bastante criticada devido às políticas proibitivas contra funcionários que falassem sobre abusos e assédios no ambiente de trabalho. Agora, de acordo com o Financial Times, a empresa resolveu ouvir as críticas e optou por remover todas as “cláusulas de mordaça” — como eram informalmente conhecidas.
A decisão foi resultado de uma luta de acionistas e ativistas, os quais pressionaram o conselho da Apple a modificar sua política e excluir tais casos do contrato de confidencialidade assinado pelos funcionários. Isso aconteceu especialmente após o movimento Apple Together e a descoberta de supostos casos de censura na empresa por um advogado independente.
Já manifestando suas novas diretrizes, a Apple divulgou nesta semana uma nota [PDF] na qual afirma estar comprometida a promover um ambiente de trabalho “seguro, adequado e inclusivo”, ressaltando que agora “os funcionários têm o direito de falar livremente sobre as suas condições de trabalho”.
A empresa ainda afirmou que as restrições que podiam suprimir a capacidade de funcionários de denunciar condutas ilegais dentro da empresa foram encontradas apenas em “instâncias limitadas”, mas se comprometeu a não aplicá-las mais, bem como a fazer melhorias e prestar mais esclarecimentos a partir daqui.
Kristin Hull, ativista e presidente-executiva da Nia Impact Capital (grupo que chegou a encabeçar uma petição contra a Maçã), confirmou a mudança na política da empresa e comemorou a decisão:
Isso é enorme por si só. Então, o fato de esse compromisso se estender aos trabalhadores americanos e internacionais também é inovador e deve definir a tendência para o restante das empresas sediadas nos EUA.
Na época em que apresentou a resolução, a Nia Impact Capital possuía 38.921,34 ações da Apple (cerca de US$6 bilhões, na época).
Certamente todo esse capital insatisfeito (o que inclui o de outras empresas) influenciou os acionistas na hora de pressionar o conselho da Maçã por mudanças.
via 9to5Mac