O rapper canadense Drake entrou em uma batalha legal contra o Universal Music Group (UMG), o Spotify e a Apple, alegando que há uma conspiração para inflar artificialmente os números de reprodução (streams) da canção “Not Like Us”, de Kendrick Lamar.
Segundo a petição [PDF] apresentada em um tribunal de Manhattan (Nova York, Estados Unidos), Drake afirma que o UMG e seus parceiros recorreram a esquemas de payola (o famoso “jabá”), bots e outras táticas para promover a faixa de Lamar, que o critica abertamente.
Um dos pontos principais da petição é a acusação de que o UMG teria pago à Apple para que a Siri direcionasse intencionalmente os usuários que procuravam pelo álbum de Drake, “Certified Lover Boy”, para a faixa de Lamar — porém apenas no Spotify, já que no Apple Music é feita a correspondência correta.
A empresa do rapper argumenta que essa manipulação enganou os usuários e contribuiu para a popularidade artificial de “Not Like Us”. Segundo a petição, a Apple teria um papel importante nessas ações, beneficiando Lamar às custas de Drake.
Há indícios de que o UMG utilizou táticas semelhantes com outros serviços de streaming. Com base em informações e crenças, o UMG pagou, ou aprovou pagamentos, à Apple Inc. para que sua assistente digital ativada por voz, a Siri, direcionasse intencionalmente os usuários para “Not Like Us”. Fontes online relataram que, quando os usuários pediam à Siri para tocar o álbum “Certified Lover Boy”, do artista Aubrey Drake Graham, conhecido como Drake, a assistente reproduzia “Not Like Us”, que contém a letra “certified pedophile” (“pedófilo certificado”), uma acusação contra Drake.
Quebrando vários recordes, a música liderou as paradas da Billboard, acumulou mais de 900 milhões de reproduções no Spotify e recebeu 5 indicações ao Grammy. Lançada em maio passado, é uma das várias faixas diss lançadas durante a prolongada rivalidade entre Drake e Lamar, que acontece desde o início dos anos 2010.
Essa petição prévia tem como objetivo solicitar mais informações do UMG, do Spotify e da Apple, enquanto Drake avalia a possibilidade de entrar com uma ação judicial formal.
É importante destacar que, neste momento, ainda não se trata de um processo judicial, mas de uma etapa inicial para reunir evidências que possam embasar um possível futuro processo com base no Lei Federal das Organizações Corruptas e Influenciadas pelo Crime Organizado (RICO, na sigla em inglês).
O UMG, que representa ambos os artistas, negou todas as alegações. Um porta-voz da gravadora afirmou ao Entertainment Weekly que a empresa segue “as práticas éticas mais rigorosas” em suas campanhas promocionais, chamando as acusações de Drake de “ofensivas e falsas”. A Apple, o Spotify e os representantes de Lamar não se pronunciaram.
via AppleInsider