O sensor LiDAR chegou aos iPhones da linha Pro em 2020 para auxiliar os aparelhos em tarefas como o recorte do modo retrato, o foco automático e a medição de distâncias, mas você sabia que ele também pode ser quase um substituto “barato” para um scanner 3D profissional?
Foi o que mostrou o jornalista especializado em impressões 3D James Bricknell, da CNET, que testou tanto o mapeamento de objetos usando um iPhone 12 Pro, quanto em uma máquina de scanner 3D profissional.
Primeiro, é importante destacar que os scanners 3D usam luz refletida (às vezes, em forma de lasers) para mapear a superfície de um objeto — isso em conjunto a duas câmeras que auxiliam no mapeamento de profundidade. Eles têm ótima precisão e alguns podem capturar detalhes de até 0,1mm, o que é capaz de “detectar” até mesmo a menor rachadura ou imperfeição presente no objeto real.
O manuseio dessas máquinas, no entanto, não é dos mais fáceis, exigindo macetes como uma distância correta do objeto, bem como um ajuste preciso de cores e refletividade no local. Às vezes, segundo Bricknell, é necessário passar horas de tentativa e erro para obter modelos aceitáveis — trabalho que, muitas vezes, simplesmente não compensa.
O iPhone, por sua vez, usa fotogrametria, técnica utilizada para medir e mapear objetos e ambientes tridimensionais a partir de fotografias, em conjunto com o scanner LiDAR para gerar as imagens dos objetos em 3D.
As muitas fotografias servem como base para criar o modelo de forma bastante realista e, embora o sensor LiDAR seja menos preciso em termos de profundidade em relação à tecnologia usada nos scanners profissionais, a imagem resultante é muito semelhante ao objeto real quando mostrada digitalmente.
Quando usada para impressões, no entanto, acaba-se perdendo muitos dos detalhes em objetos complexos como o tênis abaixo — isso devido à supracitada não tão elevada precisão de profundidade do scanner LiDAR. Em objetos mais simples, como a maçaneta de uma porta deslizante quebrada, no entanto, o resultado de uma impressão é bem mais satisfatório.
Para usar o iPhone como um scanner 3D, é preciso usar um aplicativo de terceiros. Bricknell deu o exemplo do Polycam, que permite usar tanto a fotogrametria quanto o sensor LiDAR para digitalizar e criar modelos 3D tanto de objetos quanto até mesmo das paredes de uma casa para construir uma planta em três dimensões.
Para esses casos, o sensor LiDAR serve muito bem, visto que ele funciona melhor quando a intenção é mapear objetos/coisas maiores.
Ao concluir a digitalização de um objeto mais complexo, inclusive, é possível usar ferramentas de edição 3D (como o Blender) para editar o arquivo gerado pelo Polycam e obter impressões mais detalhadas.
Em resumo, caso você queira entrar no mundo 3D ou até mesmo queira fazer impressões sem muito compromisso, o iPhone pode ser um bom ponto de partida antes que se cogite o investimento em um scanner profissional — que às vezes chega a custar até mais do que uma impressora 3D.
O iPhone, mesmo também sendo relativamente caro, tem outras finalidades e você provavelmente já tem um, não é mesmo? O lado negativo é que o Polycam Pro — assim como a maioria dos softwares semelhantes — é pago (mensalidade de R$80 ou anuidade de R$400). Mas você pode se aventurar em, quem sabe, procurar por um aplicativo gratuito que faça algo parecido.