Há algumas semanas, comentamos no nosso Instagram o fato de o Apple Card não ser o primeiro cartão de crédito da Apple.
A empresa já tinha se lançado numa empreitada do tipo nos anos 1990, mas com uma solução focada basicamente no mercado corporativo e que nunca ganhou muita tração — e numa época em que Steve Jobs não estava na empresa, é bom lembrar.
O que dizer do fato, então, que o cofundador da Maçã em pessoa também pensou em lançar um cartão de crédito da empresa, muito mais parecido com o Apple Card que temos hoje, há 15 anos? Segundo o ex-diretor criativo da Apple, Ken Segall, foi exatamente isso que aconteceu.
De acordo com o profissional, corria em Cupertino nos idos de 2004 a ideia de um “Apple Card” (sim, esse já era o nome) que seria profundamente ligado ao iTunes e aos iPods — então, os produtos mais lucrativos da Maçã. Os consumidores ganhariam “iPoints” de acordo com os gastos realizados com o cartão e poderiam trocar esses pontos por músicas na iTunes Store, quase como uma versão rudimentar do cashback oferecido pelo Apple Card hoje.
Tudo avançou a tal ponto que a equipe criativa da Maçã criou até mesmo alguns conceitos de publicidade — a ideia era ligar produtos do dia a dia com bandas famosas em frases como “compre balões, ganhe um zepelim” (Led Zeppelin) ou “compre um batom, ganhe um beijo” (Kiss).
O Apple Card de outrora, entretanto, não viu a luz do dia porque a Maçã não chegou a um acordo com a Mastercard, que seria a operadora dos cartões, em relação aos termos e condições do serviço. Curiosamente (ou não), 15 anos depois, a Mastercard é a operadora do Apple Card real e palpável que já está sendo distribuído para os primeiros clientes da plataforma nos Estados Unidos.
Apple Pro Card
Segall lembrou, na sua postagem, que essa não foi a única iniciativa de Steve Jobs na área de cartões de crédito: nos meses iniciais das Apple Stores, a empresa chegou a oferecer um cartão chamado “Apple Pro Card” que, por US$100 ao ano, oferecia alguns benefícios aos clientes das lojas.
Infelizmente, esses benefícios não eram lá tão sedutores: transferência gratuita dos arquivos do usuário a um novo Power Mac G5, um “Dia Pro” na Apple Store com descontos de 10% em softwares e instalação gratuita, agendamentos na Genius Bar garantidos para o dia seguinte e o aviso antecipado de ofertas futuras. Talvez por isso, pouquíssimas pessoas se interessaram pela oferta e o cartão foi rapidamente esquecido.
De qualquer forma, é uma boa memória: o flerte da Maçã com o mundo financeiro é antigo. Que bom que agora, tantos anos depois, a empresa está encontrando o caminho certo no segmento… por outro lado, é uma pena que Jobs não esteja mais aqui para ver isso tudo.
via AppleInsider